A Paixão de Cristo

A Paixão de Cristo

“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.” João 10.11 e 18.

Não me lembro bem em que ano foi, nem em que igreja eu estava, nem quem era o pregador naquela ocasião, mas lembro bem da pergunta feita naquela manhã de Páscoa: Você sabe qual é a Paixão de Cristo?
Talvez você tenha encontrado hoje, ao vir para a igreja, pessoas com ramos pelas ruas logo pela manhã. Fazem isso para lembrar o início da semana conhecida como “A Semana Santa”, ou “A Semana da Paixão de Cristo”, lembram do evento da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
Nessa semana são lembrados e celebrados em vários calendários litúrgicos ao redor do mundo, os acontecimentos da última semana da vida de Jesus. Os últimos passos do caminho de Jesus rumo à crucificação, morte e ressureição.
O texto acima faz parte do discurso de Jesus que precede de seu último ato de ensino e grande milagre frente à multidão, a ressureição de Lázaro, quando Jesus afirma: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” Após esse grande acontecimento e declaração, Jesus segue rumo à Jerusalém para concretizar aquilo que Ele veio para fazer: entregar sua vida pelas ovelhas.
A Paixão de Cristo não foi o martírio de Jesus. Muitos elogiam o sofrimento de Jesus e apontam para sua morte afirmando que Sua Paixão foi a de dar o exemplo diante do inevitável ao ser perseguido pela causa do Evangelho. Embora essa seja parte da verdade, o martírio em si não é a Paixão de Cristo. Jesus é muito claro ao dizer que Ele não estava a mercê daqueles que o condenaram injustamente à morte. Jesus afirma que ninguém tira a sua vida, mas que Ele a dá espontaneamente. Jesus escolheu morrer, esse era o alvo de sua missão, mas a morte em si não é a Paixão de Cristo, e sim o meio pelo qual demonstrou seu amor àquilo que, de fato, é a Paixão de Cristo.
A Paixão de Cristo não é a semana, não são seus sofrimentos, não é a cruz, os pregos e nem mesmo a morte. Tudo isso foram as provas de sua Paixão e do amor de Deus. A Paixão de Cristo, é o alvo de toda essa obra.
O que ou quem é o alvo? Sobre isso, Jesus afirma: “O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou.” A Paixão de Cristo são as ovelhas do pastor. Aquelas que ouvem a sua voz e o seguem.
Jesus conta uma parábola sobre a ovelha perdida e do amor do pastor ao sair para encontrá-la e salvá-la trazendo-a de volta sobre seus próprios ombros. Jesus, o Deus encarnado, o Filho unigênito de Deus, nasceu, morreu e ressuscitou para buscar e salvar o perdido. O homem que, sem Cristo, está separado de Deus por sua própria natureza e atos pecaminosos. O homem que está condenado à morte eterna, ao inferno. Que não tem condições de trilhar o caminho para Deus por si só, que merece apenas uma coisa, o salário do pecado: a morte. Jesus recebeu o salário do pecado na cruz. Jesus morreu para que o alvo de sua Paixão, fosse livre da morte. Ele morreu em lugar do pecador, para que este, crendo em Cristo e Sua obra redentora, ainda que morra, viva.
Sabe, a Paixão de Cristo não foram os pregos, nem foi a cruz. A Paixão de Cristo é você! Você é o alvo do amor de Deus. Você que reconhece que é pecador e está perdido. Que não tem recursos para chegar a Deus. Que reconhece que não merece de Deus nada além da justa condenação à morte eterna. Você que reconhece que precisa da salvação que vem do próprio Deus. Que reconhece que Jesus morreu por sua culpa e seus pecados. Você que ouve a voz do Bom Pastor dizendo, creia e viverá. Você que crê em Cristo como seu único e suficiente Salvador e Senhor. Você é a Paixão de Cristo!

Rev. Hédin Charles Mendes

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