Morro de sede junto à fonte…

Morro de sede junto à fonte…

“Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.” Jeremias 2.13

“Morro de sede junto à fonte. Nada me é certo além da coisa incerta.” François Villon
François Villon foi um dos maiores poetas da França na idade média, muito capaz, porém indisciplinado. Sua história também registra que ele era ladrão, boêmio e ébrio. Foi condenado à forca, mas sua pena foi trocada por banimento de Paris, graças a seu pai adotivo. Não se fala em sua morte, o registro de início e fim de sua passagem pelo mundo é feito da seguinte forma: Paris, 1431 — desaparecido em 1463.
Suas obras contraditórias sempre eram irônicas e revelavam sua decepção para com tudo e com todos – tanto que foi condenado à forca por causa delas. Essa genial, porém triste frase, pode ser o grande resumo de sua vida: “Morro de sede junto à fonte. Nada me é certo além da coisa incerta.”
Muitas são as pessoas que vivem assim, sedentas, buscando, sem encontrar a maneira de matar sua sede. Quem mais se aproxima dessa frase, são as pessoas que professam a fé cristã, mas vivem como Villon. Longe de Deus e da plenitude de vida oferecida por Ele.
Deus usa Jeremias para denunciar isso no Antigo Testamento. Deus não está falando ali a respeito de toda a humanidade que não conhecia a fonte, mas a respeito de seu próprio povo, que fora trazido do deserto para a fonte – ao próprio Deus e Criador de todas as coisas. O povo havia deixado a fonte e, consequentemente, procurado outras coisas para matar a sua sede. Coisas incertas, perigosas, sujas que faziam mal e não matavam a sede. Esses eram os dois delitos que o povo de Deus cometera. Não amaram mais a Deus e passaram a amar mais o mundo.
Precisamos refletir como temos nos sentido em ralação à nossa própria vida como cristãos. Como você se sente? Você se sente que está saciado? Ou isso depende das circunstâncias que se apresentam. Se são as circunstâncias que matam nossa sede e não Deus, provavelmente estamos trocando o manancial de águas vivas e cavando fontes rotas, fontes que não seguram água, de onde as águas não fluem constantemente, mas que, por não segurarem água, só fica uma lama podre no fundo.
O resultado é doença, é fraqueza, mal-estar, frustração. É sentir-se como sentiu-se Villon, “nada me é certo além da coisa incerta”. É procurar sem encontrar. Pior, é encontrar a morte ao invés da vida.
A causa de tantos cristãos desanimados, abatidos e sem forças, de um evangelicalismo ineficaz e sem forças para testemunhar a ponto de gerar mudanças é a mesma que no passado. Muitos de nós tem abandonado o manancial de águas vivas e cavado fontes rotas. Disse Jesus: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” Jesus é a fonte da água viva!
Você tem vivido uma religiosidade cansativa e vazia? Você se sente perdido e sem respostas confiáveis? Para você a única coisa certa é que tudo é incerto? Você sente que sua sede realmente não é saciada? A solução para isso não é complicada. Você tem ido a Jesus? Matar a sede é fácil, é só ir à fonte. Não morra de sede junto à fonte. Vá a Jesus e beba do manancial da água da vida! Deus te abençoe.

Rev. Hédin Charles Mendes

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